domingo, 22 de março de 2009

Será mesmo que a PM faz diferença entre praças e oficiais?

Rio de Janeiro, 22 de março de 2009.
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Oficial vende carro roubado para cabo da PM

Um oficial da PM está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar por ter vendido um Pajero cinza que foi furtado em frente ao Hotel Glória. O dono do veículo. Karl Rudolf Winkelmuller, deixou o carro parado no local por quatro meses e, quando retornou, foi avisado por um chaveiro que dois PMs o pediram para arrombar o carro para averiguação. O rapaz\ se recusou a fazer o serviço e conseguiu avisar o proprietário. Não adiantou muito. Um tempo depois o veículo sumiu.
Dois meses depois do desaparecimento do carro, Karl reconheceu sua Pajero estacionada no pátio do 22º BPM (Maré), quando passava pela linha vermelha. Em depoimento na 1ª DPJM, Karl contou que foi ao batalhão, mostrou os documentos provando que era o dono do veículo e foi apresentado ao cabo Leonardo Vinício Affonso, que comprou o veículo por R$7.500,00. Nervoso o policial retirou objetos pessoais do carro e entregou as chaves ao verdadeiro dono.
Na ocasião, junto com as chaves, Leonardo ainda entregou R$1.900,00 a Karl como indenização por eventuais infrações de trânsito cometidas por ele. O cabo ainda reclamou com Karl que perdeu dinheiro, já que pagou pelo veículo sabendo que o carro possuía dívida de R$16,5 mil, trocou o sistema de freios e instalou um kit para conversão de gás.
Após o depoimento de Karl, em dezembro, a 1ª DPJM instaurou um inquérito policial-militar para aprofundar a investigação de prevaricação, apropriação de bem alheio, negociata com veículo, descumprimento de normas internas da corporação, estacionamento de veículos particulares em interior de batalhão e ocultação de fatos.

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Não vim aqui fazer essa postagem para entrar em méritos de quem está errado, certo ou de quem é o ladrão. Não me cabe verificar, analisar ou determinar até que ponto o cabo errou ao adquirir um veículo barateado por dívidas. O que realmente me chamou atenção na notícia foi o corporativismo. O nome do proprietário do carro foi divulgado, o nome do cabo que comprou o veículo acreditando estar fazendo um bom negócio, também, mas cadê o nome do oficial que vendeu o carro ao cabo? Porque não divulgaram o nome do suspeito do furto e nem seu grau de envolvimento no caso? Suspeito de furto sim, pois se ele vendeu o veículo ao cabo, em algum momento até ocorrer a compra pelo cabo houve o furto, então no mínimo o Sr Oficial de Sei-lá-qual-patente foi o receptador, não o estou acusando de ter furtado o veículo. Não estou aqui para recriminar, acusar, ofender ou quaisquer outros atos que possam denegrir a imagem pública de membros da PMERJ, mas me indignou a injustiça e a desigualdade; se o nome do cabo pode ser exposto e arrastado na lama sem que se prove sua culpa, porque não se faz o mesmo com o oficial? Ou melhor, se é possível proteger o nome do oficial para que não seja denegrida a sua imagem, porque não se fazer o mesmo com o cabo?
Meu domingo não começou bem! Afinal, fico muito aborrecida e triste ao ver que os graduados da corporação continuam sendo tratados como lixo, como coisa qualquer e sem importância, a ponto de não terem sequer respeitados os direitos legais de presunção de inocência!

terça-feira, 3 de março de 2009

Quando o direito irrestrito à maternidade se torna caso de polícia

Assistindo TV deparei-me com um caso no mínimo escabroso, uma mãe, dependente química, convidou 10 pessoas para fazer uma festinha em sua casa, onde reside com duas filhas menores, uma com 12 e outra com 3 anos. Tudo ia “numa boa” até que o consumo de drogas e álcool saiu e controle e a “zelosa” mãe foi feita refém junto com suas filhas na própria casa, onde a menor de 12 anos foi repetidamente estuprada por dez homens durante 72 horas, até que as três conseguiram fugir e ir a polícia denunciar os abusos que, diga-se de passagem, não teriam acontecido se a “mamãezinha” não tivesse levado os 10 marginais para casa.
Agora começo a debater o ponto principal que me levou a falar desse caso: Até que ponto mulheres e adolescentes, sem responsabilidade com elas mesmas devem ter o direito de pôr crianças no mundo desrespeitando o direito a uma vida digna daquele que vai nascer? Em que ponto esse direito deixa de ser um direito individual e passa a ser um problema policial? É gente, problema policial, pois como no caso acima, as irresponsabilidades maternas acabam chegando nas delegacias, no chamado a uma viatura da PM, nos hospitais e, nos piores casos, nos necrotérios e IMLs. Não é raro vermos nos noticiários casos de crianças acidentadas, violentadas e sofrendo todos os tipos de violência por conta de irresponsabilidade materna, mas a pior conseqüência dessas irresponsabilidades é a formação de marginais e drogados que se multiplicam nas ruas de nosso país. Sou plena e completamente a favor do controle de natalidade rigoroso, é público e notório que miséria gera miséria, quem não recebeu educação, não tem como dá-la e mães viciadas e envolvidas com o ilícito, conseqüentemente criarão filhos com as mesas características, salvo raras exceções. Qual o futuro que terá uma criança cuja a mãe é viciada em crack e mora embaixo de um viaduto? Será que, no mínimo, 50% das crianças nascidas nessa situação chegam a idade adulta sem nunca terem se envolvido com autuações policiais? Creio que não!
Creio que grande parte da solução dos problemas de segurança do nosso estado esbarram na proliferação desenfreada de partos irresponsáveis criados pela falsa ilusão escondida sob o belo nome “direito à maternidade”. A maternidade é um direito da mulher, isso é incontestável, mas esse direito deixa de ser irrestrito quando esbarra na miséria, no vício e na irresponsabilidade advinda da adolescência que trarão como conseqüência a falta de dignidade e de direitos mínimos de sobrevida da criança que será gerada e na projeção do aumento da violência a longo prazo.
Acho que o direito a maternidade, hoje em dia, é sim caso de polícia, e dos casos mais sérios, pois a irresponsabilidade de mães cheias de direitos está gerando um aumento desenfreado de casos que acabam na polícia.
Sei que posso parecer meio exagerada, ou um tanto quanto confusa na explicação dos meus pensamentos, mas acho também que não há muito o que explicar, é só ler os jornais, olhar o dia-a-dia ou, em casos mais específicos, visitar algumas pediatrias de hospitais públicos ou pesquisar os históricos familiares da grande maioria dos menores infratores. Está na hora dos nossos políticos pararem com discurso empolado de defesa de direitos e começarem a agir efetivamente na proteção não só da população que já está aí mas, principalmente, na que está por vir, nessa gama de crianças que ainda não foram geradas, mas que ao serem já estão sem nenhum direito e que por futuro só terão o caminho das drogas e da degradação!